Na Europa feudal, a principal atividade econômica era a agricultura e a maior parte da população era composta por camponeses. Numa família camponesa, ocorre algo semelhante ao que ocorria na pré-história: as mulheres eram responsáveis pelo bem-estar das crianças e do marido, mas também ajudavam na lavoura. Dessa forma, não havia uma única pessoa responsável pela renda da família, já que todos ajudavam a ganhá-la.
Com a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, na metade do século XIX, as coisas mudaram. Os interesses do Estado burguês eram muito diferentes de plantar o que era necessário para viver e vender o que sobrasse. A Inglaterra queria enriquecer e, por essa razão, se industrializou, transformando os camponeses em trabalhadores assalariados das indústrias. Embora o termo “assalariado” esteja certo, tenho vontade de rir (rir para não chorar, gente) quando vejo isso escrito em algum lugar. Porque essas pessoas (homens, mulheres e crianças) trabalhavam longuíssimas horas (em torno de doze horas por dia), em péssimas condições de trabalho por um salário tão baixo, mas tão baixo, que para uma família se manter, era necessário que pai, mãe e até filhos trabalhassem nessa quase escravidão. Ainda por cima, mulheres e crianças recebiam salários menores que os homens, embora trabalhassem tão penosamente quanto eles. Isso ocorria porque os patrões sabiam que mulheres e crianças eram menos dados a protestos e, por isso, os exploravam ainda mais.
No século XIX ocorrem mudanças nessa produção amalucada em massa, basicamente por um motivo importante: as indústrias não conseguem vender tudo o que produzem. Não querendo ficar no prejuízo, elas diminuem o ritmo de produção e o número de empregados. Como não há mais tanta oferta de empregos, os homens “empurram” as mulheres para o lar, com o objetivo de diminuir a disponibilidade de mão-de-obra, garantindo mais empregos para a o setor masculino da sociedade. Dessa forma, são os homens que, em sua maioria, ganham o dinheiro que sustenta a família (como procura ilustrar a figura).É nesse cenário que vou desenvolver o trabalho sobre o universo feminino no século XIX, dividido em três partes: o universo das inglesas ricas, de classe média e das classes mais baixas da sociedade. Amanhã, a vida das mulheres da alta sociedade inglesa.
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