Embora fossem trabalhos considerados “de mulher”, não pense que eram atividades leves. Pelo contrário, a vida de empregada doméstica (ao lado) era bastante dura, com longas jornadas de trabalho, salários muito baixos e, às vezes, sujeita a abusos por parte do patrão. As costureiras trabalhavam longas horas, eventualmente noite adentro, para entregarem os vestidos no prazo.
É importante notar que a mulher continuava tendo a responsabilidade de cuidar da casa, filhos e marido além de ter um emprego fora do lar. Por isso, nota-se que a vida dessas mulheres era bastante dura, dividida entre a família e trabalhos fora de casa. Além disso, famílias desestruturadas não eram coisa rara e muitas moças tinham que se virar como podiam. Nesse cenário, mesmo em meio à moral vitoriana, muitas garotas ingressaram na prostituição.
A maioria delas entrava para esse mundo no fim da adolescência. Era uma vida perigosa, pois doenças sexualmente transmissíveis (em especial a sífilis e a gonorréia) estavam se espalhando, tanto que o Parlamento aprovou em 1864 o primeiro dos “Contagious Diseases Acts” (Atos de Doenças Contagiosas), que permitiam a inspeção de mulheres cuja saúde era motivo de suspeita. Também haviam locais especializados no tratamento dessas doenças, embora as técnicas utilizadas não fossem as mais eficazes.
Como foi possível ver, o século XIX foi uma época de transição entre a mulher típica do século XVIII e a nova mulher do século XX. Conquistas importantes foram atingidas, abrindo caminho para outras conquistas mais radicais que garantiram maior igualdade entre o homem e a mulher na maior parte do mundo capitalista. Porém, mesmo nesses locais, algumas mulheres sofrem com salários mais baixos, discriminação e abusos. Em algumas partes do globo, a porção feminina da população é alvo de violência muito forte, como mutilações e cerceamento de liberdade. Espero que essa situação mude, mesmo que aos poucos, como foi o caso do início da emancipação feminina do século XIX.
Bibliografia:
- ADAS, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil. Editora Moderna, 4ª edição, 2004.
- AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. Biblioteca Folha, 1998.
- HOBSBAWM, J. Eric. A Era dos Impérios 1875-1914. Editora Paz e Terra, 1988.
- ISMÉRIO, Clarisse. Mulher – A moral e o imaginário 1889-1930. Editora EDIPUCRS, 1995.
- História da vida privada 4 – Da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Companhia das Letras, 2003.
- http://www.mollands.net/ecards/ (tem umas imagens bem legais aí)
- http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=203
- www.wikipedia.org
- http://members.lycos.co.uk/HastingsHistory/19/overview.htm
- http://www.english.uwosh.edu/roth/Prostitution.htm
2 comentários:
Tendo por objetivo pesquisar as diferenças entre a vida das mulheres de hoje e do século XIX, o texto propicia, através de uma leitura agradável, uma visão adequada e bastante interessante das grandes transformações e da difícil jornada das mulheres para chegarem às conquistas sociais, econômicas e políticas atuais.
É importante frisar que este tema se mostra bastante dinâmico, visto que, nos dias de hoje, ainda são perceptíveis situações de discriminação, como salários menores para o mesmo trabalho, de agressões, na maioria das vezes dentro do próprio lar, de mutilações etc.
Tem-se por extremamente importante e válida a pesquisa, principalmente considerando-se que o seu público alvo são jovens estudantes.
Trabalhos escolares como o que se comenta, ao induzirem os jovens alunos à pesquisa, constituem eficaz meio de aprendizado, de reflexão e de compreensão do mundo em que vivem.
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Iara Beatriz e Geraldo Márcio (pais da Juliana).
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Bá. tava fuçando os blogs da série e reosolvi ver o teu q tá bem interessante mesmo
E, além disso, vi que tu é fã do livro e do filme Orgulho e preconceito - Sério, é um dos melhores de todos os tempos.
Bom. é isso
nos falamos
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